GENEBRA (Reuters) - Um problema técnico forçou cientistas a paralisar por pelo menos dois meses a grande máquina de colisão de partículas construída na Europa para simular as condições do "Big Bang".

A Organização Européia de Pesquisa Nuclear (CERN) informou que houve um grande vazamento de hélio, na sexta-feira, para o túnel que abriga a maior e mais complexa máquina já construída.

Apenas 10 dias atrás, os cientistas celebraram o sucesso da entrada em operação do Grande Colisor de Hádrons (LHC), localizado sob a fronteira entre a França e Suíça, e esperavam que o aparelho pudesse remodelar a física moderna e desvendar segredos sobre o Universo e suas origens.

A fim de consertar o problema, a máquina terá de ser aquecida de sua temperatura operacional de 271,3 graus negativos, afirmou o porta-voz James Gillies.

"Como o LHC é uma máquina supercondutora que funciona em temperaturas muito baixas, para podermos entrar para consertá-la teremos de aquecer o ambiente. Só depois de consertada poderemos voltar a resfriá-la, um processo que provavelmente demorará dois meses", disse ele.

A organização do projeto informou que medidas severas de segurança haviam garantido que os funcionários do complexo não corressem riscos devido ao defeito.

A equipe do LHC vem trabalhando duro para rebater as opiniões de alguns críticos que afirmam que a máquina poderia criar pequenos buracos negros de intensa gravidade, os quais poderiam sugar todo o planeta.

Desde que a máquina foi ativada com sucesso no começo do mês, os cientistas vinham enviando feixes de partículas que percorreram com sucesso o acelerador. O próximo passo será promover colisões entre partículas em velocidades próximas à da luz.

Isso representaria uma tentativa de recriar em escala miniaturizada o calor e energia do Big Bang, a explosão que é em geral vista pelos cosmologistas como origem de nosso Universo em expansão.

O CERN informou que acredita que a possível causa do vazamento tenha sido um defeito em uma conexão elétrica entre dois ímãs, que provavelmente se derreteram sob corrente elevada, causando o problema mecânico.

Quando o LHC funcionar à plena capacidade, ele será capaz de provocar 600 milhões de colisões por segundo entre prótons que viajarão os 27 quilômetros da câmara circular subterrânea a 99,99 por cento da velocidade da luz.

Representantes do CERN afirmaram que pequenos problemas eram esperados, dada a complexidade da máquina de 9 bilhões de dólares.

"É uma máquina muito complicada. Nós sempre soubemos que haveria uma possibilidade desse tipo de incidente ocorrer na fase inicial", disse Gillies.

Fonte: UOL

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