Carta de uma criança Índigo a um professor

Posted by Antonio Mauro Javimczik under

Olá e obrigado por ler a minha carta.

Eu sou aquela criança que normalmente não pára quieta na carteira, e a quem está sempre a dizer para se calar. É que, às vezes, eu entendo as coisas antes do Senhor acabar de explicar a matéria e, se tem de repetir, aborreço-me. Às vezes posso ser muito mal-educado ou explosivo para chamar a atenção. Gosto de falar de temas que o senhor "acredita" não serem para a minha idade. Está sempre a dizer aos meus pais que não consigo aprender, no entanto, se alguma coisa me interessa aprendo facilmente, mas quando já tenho conhecimentos suficientes ponho de lado porque me aborreço.

Não contesto a autoridade, mas o entendimento e as explicações. Aprendo por imitação: o seu exemplo para mim é muito importante. Segundo o senhor, estou sempre a transgredir as normas e a criar outras. Sou esse génio em "potência" que se se concentrasse em algo seria melhor...

Os meus pais levaram-me ao médico e dizem que tenho ADHD, uma coisa chamada “Deficiência de Atenção com Hiperactividade”, e isso quer dizer que não paro quieto, não posso prestar atenção durante muito tempo, distraio-me facilmente e, além disso, sou hiperactivo.

O médico queria que eu tomasse Ritalin (a minha mãe recusou dizendo que as anfetaminas criam toxicodependentes). Então, ela investigou e, agora, faço coisas que direccionam a minha energia (desporto, artes marciais, Tai-chi, Yoga), e evita dar-me alimentos com açúcar ou glucose e sinto-me mais calmo.

Não gosto que me tratem como criança, talvez saiba menos de certas coisas, mas isso não significa que não saiba. Estou no meu processo.

Dê-me mais tempo para assimilar as coisas, pois aprendo de maneira diferente.

Se eu não aprendo de uma forma tradicional... porque usa sempre a mesma maneira? Quem sabe se fosse um método mais prático?

Estou sempre a perguntar... porquê? Isso não quer dizer que o estou a pôr à prova, tenho somente curiosidade. Se não souber a resposta diga-me. Não seja evasivo, guie-me para eu encontrar a resposta.

Gostaria que me incluísse quando tomasse decisões que me afetam, não sou simplesmente mais um aluno.

Gostaria que reconhecesse que sou diferente e não que me classificasse como diferente.

Não sou nem mais nem menos que o senhor. Se me explicasse para que serve o que estudamos e que para conseguir certas coisas preciso de disciplina, reagiria de maneira diferente.

Quando não me conseguir concentrar faça alguma actividade para me distrair: um jogo, música, dança... Mas não grite comigo.

Sei que muitas vezes se desespera na sala de aula pois nenhum de nós lhe presta atenção. Já se preocupou em saber o que realmente nos interessa?

Despeço-me com Amor

José Manuel

(Este texto foi escrito por José Manuel Piedrafita Moreno, Educador e Índigo Adulto.)

(É livre de usar e divulgá-lo desde que não altere integral ou parcialmente, incluindo os créditos).

6 comentários:

On 3 de outubro de 2008 às 16:37 , Anônimo disse...

Fiz um post sobre o que rolou na blogosfera nessa semana, seu blog está lá!

Vale a pena conferir, coloquei posts bem interessantes =D

Abraço.

http://portaltekno.blogspot.com/2008/10/momento-no-tecnologia-iii.html

 
On 3 de outubro de 2008 às 16:44 , Consultor Previdenciário disse...

É muito difícil sabermos tratar as pessoas ditas diferentes, imagina com crianças.
Vim agradecer seu comentário deixado no meu blog.
Tenha um ótimo final de semana.

 
On 8 de outubro de 2008 às 10:58 , Alexandre Brendim disse...

Esse texto me parece bastante familiar...

 
On 8 de outubro de 2008 às 11:05 , Antonio Mauro Javimczik disse...

@LorDCool - Valeu pela indicação.

@Catarino - Obrigado pelo comentário e pela visita.

@Alexandre Brendim - No momento estou lendo o livro "Crianças Índigo" da Tereza Guerra. Nele tem esta carta, como é passível de cópia, desde que se mencione a autoria eu postei. Obrigado pelo comentário e pela visita.

 
On 8 de outubro de 2008 às 11:44 , Alexandre Brendim disse...

Tonho Mauro,

Eu quis dizer que o texto me lembrou da minha infância e convivo com isso em relação ao meu filho.

Até já vi este livro na biblioteca do centro que frequento, mas estou sem tempo de ler qualquer coisa.

Por favor, não me entenda mal.

 
On 8 de outubro de 2008 às 11:49 , Antonio Mauro Javimczik disse...

Alexandre, de forma alguma te interpretei mal. Eu só citei de onde veio a idéia. rs.

Pois é, dois amigos meus me falaram a mesma coisa, que se viram como o autor do texto.

Meu filho também se encontra neste contexto.

Abraços. Volte sempre. :)

 
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